domingo, 5 de julho de 2009

Beleza mais verdadeira


O Brasil, como todo mundo sabe, está entre os três maiores consumidores de cosméticos do mundo. No quesito cirurgia plástica, também somos campeões: clientes do mundo inteiro passam por aqui afim de garantir a silhueta perfeita. Grandes feiras, semanas de moda, marcas internacionais: vaidoso, o brasileiro é consumidor voraz de tudo que melhora a imagem e, consequentemente, a auto-estima.

Aparentemente na contramão dessa onda, surge um movimento naturalista que prega a beleza "original". A maquiagem está cada vez mais discreta: pode-se usar tudo, desde que pareça estar usando cada vez menos. Na moda, roupas mais soltas, despojadas, com a cara de quem usa, começam a criar timidamente as grifes pessoais, pelo menos a dos mais corajosos. Com menos preconceitos com tatuagens e piercings, as ruas das grandes metrópoles parecem mais democráticas.

Se engana, entretanto, quem pensa que esse rumo significa o fim da busca pelo melhor cosmético ou tratamento. Toda essa naturalidade custa caro e requer muita tecnologia e pesquisa. Para aceitar os cabelos cacheados, por exemplo, uma mulher precisa que eles estejam saudáveis, bem cuidados, sedosos e domados. E para garantir isso, a indústria investe milhares de milhões de dólares em novos produtos. Também assim acontece com a beleza da pele: maquiagem, cremes, protetores e mais, requerem investimentos e descanso zero a quem quer angariar uma fatia do mercado.

A notícia boa é que, se antes a intenção era fazer uso do cosmético para esconder-se, hoje o caminho começa a enveredar para o cuidado das imperfeições com a intenção de transformá-las em pontos fortes. Esse é um destino difícil ainda para muitos, mas já é possível vislumbrar, na formação das tribos cada vez mais ecléticas, uma liberdade maior rumo a beleza verdadeira que um bom produto pode realçar, sim, mas jamais fabricar.

Editorial de Julho/09 - Portal NetBelle
http://www.portalnetbelle.com.br

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