sábado, 30 de maio de 2009

Nº 1: tim-tim


A fulana estava ao meu lado com a raiz do cabelo lambuzada de tintura, avental, pés ao ar recebendo massagem e esmalte, mãos ocupadíssimas com a manicure. Eis que toca o celular dentro de bolsa. Tocou milhares de vezes, até que ela suspirou: "ai, não tenho um minuto de paz!". Quando decide atenter, a ligação já havia despencado, depois de incomodar com o volume da campainha. Ela suspira de novo: "vou desligar, assim, tenho paz!".

Ah, faça-me o favor, não é? A criatura está no L'Officiel sendo paparicada e diz que não tem um minuto de paz? "Quer um chinelinho, Carol? Quer um café, Carol?". Olhei para ela: concentrada na leitura de Caras, ela fala "a Cicarelli está namorando o fulano de tal". Ah, tááááá... entendi! E liga para o motorista e diz, p da vida por ele ter demorado a atender, "demorou por que? Venha me buscar i-me-di-a-ta-men-te!".

Ainda bem que estava um barulhão danado no salão e adorei saber o motivo: é dia de festa, casório de uma Afif, família cliente do L'Officiel há séculos. A família já se sente tão em casa que a mulherada estava toda lá, reunida, se arrumando em grupo, fazendo bagunça da boa, daquelas que dá vontade de participar. Imagine? Champagne, pique-pique e alegria antes da cerimônia toda tradicional e cheia de pompas! Tudo de bom...

Entre a sem-paz e as festeiras, euzinha de tinta no cabelo e fita na caixinha. Não tive dúvida: antes que o texto esvoaçasse, peguei meu bloquinho virtual e parti para a terapia, registrar os mundinhos!